Thursday, May 20, 2010

Se o arrependimento matasse

Eu continuaria muito viva :)

Estava a ficar sem dinheiro, a Nutrillius ainda não cresceu o suficiente, ou eu não criei ainda abundância para mim mesma... arranjei um part-time, 2 para ser mais correcta. Várias pessoas perguntaram-me se estava arrependida de ter deixado o meu emprego anterior para fundar a Nutrillius, respondi-lhes que não.

Jamais me arrependerei desse salto no desconhecido. Posso ter que ir viver com a minha Mãe ou perder mesmo tudo e tornar-me uma sem-abrigo, que mesmo assim terá valido a pena.

A experiência que isso me trouxe não tem preço: a de confiar em mim mesma, no meu coração. Saber que saltarei novamente no abismo se o coração mo pedir, saber que confio incondicionalmente em mim mesma (embora por vezes ainda questione), isso é algo que vale todos os dissabores.

Tudo isto trouxe-me uma perspectiva completamente nova de mim e da vida, dos outros, que de outra forma não teria. Gosto de quem sou hoje e não o trocaria por um emprego "seguro".

Eu Sou O Que Eu Sou e sinto uma imensa paz nisso, uma paz de onde emerge uma alegria contagiante que me faz rir e chorar, tudo ao mesmo tempo. A vida é tanta. Eu tenho tanto para dar a mim mesma, por onde tenho eu andado este tempo todo? Talvez a fugir de toda esta abundância, das emoções e sentimentos. E se a vida for apenas fantástica, plena, e se for apenas amor? Não é assustador? Uma parte de mim acreditou durante tanto tempo que era apenas dor... vivi tanto tempo aí, que apesar de horrível parece um sítio confortável: é conhecido... o desconhecido é aterrador: o que irei sentir? Será bom, será mau?

Argh, os pensamentos/mente não têm um botão de desligar? Quero deixar de ficar perdida nos meus pensamentos de medo e dor, quero abraçar esta sensação fantástica de vida e amor e Viver, viver realmente, sem barreiras, sem limitações, sem Ses nem Mas...

Estórias

Uma visão interessante sobre pontos de vista.

Recentemente tive essa experiência em 1ª mão: duas pessoas, a mesma situação, uma afirma a pés juntos que a situação é redonda e cor-de-rosa, já a outra jura que é quadrada e azul. Discutem e jamais se encontram, ambos têm histórias únicas sobre o mesmo assunto... embora neste caso, sejam histórias com perspectivas diferentes...

Já tinha percebido que tudo tem várias perspectivas muito diferentes, mas mesmo assim estas estórias fizeram clicks internos. É impressionante como tudo é tão relativo... e pensar no tempo e energia que gastei ao longo dos anos a defender os meus pontos de vista e as minhas posições, a energia desperdiçada nas zangas e discussões quando afinal tudo não passa dum mal-entendido: em vi dum lado e o outro viu doutro.

É como se a vida antes tivesse apenas 2 dimensões, mais plana e agora ganhou uma panóplia de cores e profundidades. Nada é o que aparenta ser, à 1ª vista, é antes algo muito mais profundo, diverso, multi-facetado. Como se tivesse dado a volta ao ecrã e agora visse a história dum novo ângulo...

Será isto transcender a dualidade: compreender que nada é bom ou mau, tudo depende da perspectiva de onde o vemos? E do julgamento que fazemos?

Se algo nos traz dor classificamos como mau, mas e se isso nos permitir obter algo bom no futuro, é bom ou é mau? ;)

Nem é bom nem é mau, É O Que É.

Saturday, May 8, 2010

SER

A minha vida mudou... radicalmente? já nem sei... mudou tanto e tantas vezes que já começo a achar este reboliço normal :) Sinto que vivi mais no último ano do que nos outros 35.

Foram muitos os acontecimentos que, nos últimos dias, puseram à prova os meus limites: deixei que se alargassem, parei de lutar, mas estive sempre comigo mesma, a fazer o que fosse preciso por mim mesma...

Sinto alguma culpa ao escrever estas palavras... uma parte de mim sussurra-me ao ouvido: "o que pensarão de ti? Que és uma egoísta e que só pensas em ti." Talvez seja, não importa... aprendi nesta e noutras vidas que darmos tudo de nós e não nos respeitarmos não ajuda ninguém, é apenas uma ilusão...

Começo a confiar em mim mesma, é um sentimento fantástico de segurança e amor :) Sei que estou aqui para mim, para o que der e vier...

E o que veio a seguir foi ainda mais fantástico, ao confiar em mim passei a confiar na vida e nos outros, assim como num click, as coisas começaram a fluir...

Sinto e vejo os outros, a vida, eu mesma, duma perspectiva completamente nova... como se uma neblina tivesse levantado e agora fosse possível ver tudo com mais clareza.

Vejo a tempestade lá fora: os dramas emocionais, as dependências... e é como se já não me afectasse. Ok, está lá, mas já não é isso que eu quero, não rejeito mas quero viver outras experiências. Encontrei a paz e a bonança dentro de mim mesma.

Sou cada vez mais Eu e menos o que os outros querem ou acham... E isso é imensamente confortável. Acabam-se os jogos e as mentirinhas para os manter, Agora Sou Eu.

Pensei que esta caminhada fosse solitária, mas quanto mais avanço para dentro de mim mesma mais me sinto ligada aos outros, mais os compreendo e aceito tal como são. Não, não vou salvá-los nem mudá-los. Cada um joga os jogos que escolhe, ninguém está perdido, estão apenas a viver uma experiência e quando se cansarem podem simplesmente escolher deixá-la.

Parece mentira, mas é assim simples, basta escolher. Escolhi deixar de ser pequenina, coitadinha, pobrezinha e deixei de o ser em muito pouco tempo :) Escolhi encontrar paz nos virotes que a minha vida anda a dar e assim foi... parei de lutar, é o que é, nem bom nem mau...

EU SOU O QUE EU SOU!! :D :D e digo-o com imensa satisfação, orgulho, júbilo e sem nenhuma humildade, culpa ou vergonha! LOL ah, que sensação magnífica! SER, sentir Tudo O Que Sou!

Tem, tem sombra... e tem luz, tem ambas... ou nenhuma, porque são apenas ilusões, julgamentos da nossa mente...

Eu Sou O Que Eu Sou. I Am That I Am!