Tuesday, January 29, 2008

Viver

Sinto o suave e doce aroma da Primavera, que se aproxima, acariciar-me a pele.
Invadir todo o meu ser e deixar em cada célula do meu corpo o desejo de renascer, de rejuvenescer, de viver.
Quero abrir os braços e deixar crescer os ramos, deixar brotar as folhas. Senti-las baloiçar ao vento, sentir o calor do sol e a suave frescura das gotas da chuva.
Sinto o meu coração florir, desabrochar para o mundo.
Quero criar raízes e sentí-las bem fundas na terra húmida e nutritiva. Sentir-me ancorada à Mãe Terra e daí crescer em todo o meu esplendor.
Hoje sinto o pulsar da vida em todas as células do meu corpo, no mais profundo do meu ser. Sinto-me viva! Estou viva, sou vida e escolho viver, agora!

"A return to love", by Marianne Williamson

Our deepest fear is not that we are inadequate.
Our deepest fear is that we are powerful beyond measure.
It is our light, not our darkness that most frightens us.
We ask ourselves, Who am I to be brilliant, gorgeous, talented, fabulous?
Actually, who are you not to be?
You are a child of God.
Your playing small does not serve the world.
There is nothing enlightened about shrinking so that other people won't feel insecure around you.
We are all meant to shine, as children do.
We were born to make manifest the glory of God that is within us.
It is not just in some of us; it is in everyone.
And as we let our own light shine, we unconsciously give other people permission to do the same.
As we are liberated from our own fear, our presence automatically liberates others.

"A return to love", by Marianne Williamson


Estas palavras tocaram-me profundamente, não consegui conter as lágrimas quando as li pela 1ª vez e emociono-me sempre que as leio novamente. Incitam-me a procurar e a viver o que de melhor há em mim.

Desabrochar


Apesar da ainda baixa temperatura de Inverno, vi uma Magnólia salpicada de lindíssimas flores brancas. Tenho uma particular paixão por árvores e as Magnólias têm aquelas flores magníficas, voluptuosas e maravilhosamente perfumadas. Simplesmentes lindas! Parecem trazer ao mundo toda a beleza da vida, como se fossem capazes de acordar a nossa alma e todos os nossos sentidos.

Demorei-me a admirar a sua beleza.

Reparei na quantidade de flores ainda por abrir. Na promessa implícita de muito mais beleza do que aquela que mostra. E lembrei-me de mim, que mostro aqui e ali, timidamente, pequenos vislumbres da minha luz. Mas sei que tenho muito mais para dar...

Sinto que mais mudanças vêm aí, sinto Fevereiro como um novo começo, um novo desabrochar. Sinto no peito a emoção de quem sabe que a vida trará novas e fascinantes aventuras e desafios. Será que serei capaz de, na Primavera, como a Magnólia, mostrar sem medos toda a minha beleza e luz, tudo o que sou? Espero que sim :)

Também reparei que a Magnólia é a única planta/árvore, que conheço, que dá flores antes de se vestir de folhas. Oferece ao mundo o que tem de mais precioso, antes de se proteger a si própria...

A vida tem muitas formas de transmitir o que precisamos aprender, e a mim diz-me que preciso começar a pensar em mim e depois então dar-me aos outros, algo que até hoje não soube fazer. Esta bela visão da Magnólia foi mais uma magnífica forma da vida me relembrar o que tenho a aprender.

Tuesday, January 22, 2008

O rio

Ali, parece parado
Com uma força imensa
Como se já lá estivesse antes do tempo ter começado
E como se lá ficasse muito depois de ter terminado

Na sua força imensa
Parece parado
Mas alberga um mundo inteiro de vida
Um ciclo interminável de criação

Na sua quietude
Imutável
Parece nunca se ter movido
E no entanto, está em constante mudança

Desejo um dia ser assim
Forte na minha essência imutável
Mas saboreando a infindável mudança que é a vida.

Pequenas ajudas

Tenho bastante dificuldade em meditar, a minha mente está constantemente aos pulos pelos mais diversos temas e fantasias, mas há algumas actividades que me ajudam a centrar e a encontrar a paz interior.

Deixo-as aqui listadas na esperança de que também vos possam ser úteis:
  • Caminhar - a macrobiótica recomenda caminhar todos os dias durante 30 minutos, faça chuva ou faça sol. E a verdade é que é um excelente relaxante, para além de exercitar o corpo. Eu prefiro caminhar no seio da mãe natureza: um jardim ou perto dum rio. Mas à falta de melhor, a cidade também serve. Não se deixem intimidar pela poluição, está mais que provado que o ar interior dos edifícios (habitações, escritórios, e outros) é bem mais poluído do que o ar de qualquer cidade cheia de carros.
  • Yoga - não o do ginásio, mas um yoga mais oriental onde se dá tanta importância ao espírito como ao corpo. Procurem aulas com meditação, visualização e técnicas de respiração (pranayama).
  • Respirar - sem dúvida um dos pontos mais importantes e o ponto em que todos parecem estar de acordo. Tenho encontrado referências nas várias medicinas e nas diferentes abordagens à vida e à busca espiritual.
  • Observar/sentir a beleza do que nos rodeia - para mim é mais fácil praticar isto com o mundo natural: jardins, árvores, rios... e ajuda respirar enquanto se aprecia.
Procurem o que resulta com vocês e deixem aqui as vossas sugestões ;)

Monday, January 21, 2008

Dar de coração aberto

Este fim-de-semana tive uma óptima notícia: fui promovida. No entanto, e apesar de ter ficado contente e de ter muita confiança com a pessoa que me deu a notícia, fiquei queda e muda e não disse uma palavra de agradecimento (quem deu a notícia foi também quem decidiu a promoção).

Mais tarde, enquanto passeava no jardim, pensei no porquê desta minha incapacidade de demonstrar os meus sentimentos mesmo com alguém em quem confio. E percebi que o faço por medo, medo da rejeição, medo de não obter uma resposta positiva da pessoa que está do outro lado. Ou seja, não dou de coração aberto. Dou, mas fico à espera de algo em troca: um sorriso, um agradecimento ou apenas uma frase de concordância com a minha atitude.

Perguntei a mim mesma de que me serve ficar fechada e a resposta foi: de nada. Não ganho nada com isso, muito pelo contrário: não expresso os meus sentimentos e perco oportunidades de conhecer pessoas maravilhosas, de fazer amigos... de viver.

E voltei às perguntas: se não me serve de nada, porque é que me continuo a fechar? Por medo. Mas de que me serve esse medo? Protege-me de alguma forma? Não. Não impede que os outros sejam frios comigo, que zombem ou que não gostem de mim. Mesmo ficando fechada e sozinha no meu canto, não estou protegida do sofrimento. Porque o sofrimento sou eu que o inflijo a mim mesma e não os outros. Os outros podem pensar e fazer o que quiserem, estão no seu direito. Mas isso só me magoa se eu não estiver segura de mim e de quem sou, se precisar das opiniões alheias para me validar enquanto pessoa.

O medo só me impede de viver. Estou apenas meia viva, e a minha alma encolhe um bocadinho de cada vez que não deixo sair o que sinto, de cada vez que não sou verdadeira comigo mesma.

Percebo agora porquê que a vida parece às vezes passar num piscar de olhos: porque não a vivo, escolho olhar para o lado e fazer de conta que não estou lá... e assim se deixa uma vida escapar por entre os dedos...

Tuesday, January 15, 2008

Tempo para mim

Há já muito tempo que não pintava ou escrevia. Ultimamente, tenho concedido algum tempo a mim própria para me dedicar a essas actividades e hoje ao jantar lembrei-me que esta não é a 1ª que pinto ou que escrevo. E interroguei-me sobre a razão de ter passado tanto tempo sem o fazer, uma vez que é óbvio o prazer que me dão.

O meu 1º pensamento foi para as pessoas e empregos que passaram pela minha vida e que me exigiam tempo e dedicação. Mas depois olhei com um olhar mais crítico e com o coração aberto e vi que eu é que não me concedi esse tempo, eu é que exigi de mim própria fazer tudo perfeito até à exaustão, eu é que me exigi dar atenção desmesurada aos outros e nenhuma a mim mesma.

A verdade é que continuo a fazer praticamente as mesmas coisas, mas já não exijo de mim perfeição. Se não conseguir passar toda a roupa a ferro hoje, passo-a amanhã. Se não conseguir cozinhar hoje, amanhã almoço fora ou cozinho qualquer coisa rápida (não me vai saber tão bem, mas tive hoje um tempo para mim). A verdade é que há sempre outras opções, basta olhar e não exigir sermos perfeitas.

Por isso, se tu que lês estas linhas sentes que não tens tempo para fazer aquilo de que gostas, se sentes que a tua vida é uma sucessão interminável de dias cansativos, se os anos parecem passar num piscar de olhos... pára e pensa se tudo o que fazes é realmente necessário e se é necessário que fique feito hoje e se tem mesmo que ficar assim tão perfeito. Concede tempo a quem tens de mais importante: tu.

E não te enganes, trabalhar ou cuidar dos outros até à exaustão não deixa a família nem os superiores mais satisfeitos. Qualquer um deles prefere que lhes dediques menos tempo mas que o faças com todo o teu ser, com toda a paixão e amor que tens dentro de ti. Porque quando fazemos com a alma, quando estamos ali a 100%, deixamos sair aquilo que de melhor há em nós e fazemos também sair aquilo que de melhor há nos outros. Pensa nisso.

Saturday, January 12, 2008

A razão de ser


O desejo de escrever e a procura dum sentido mais espiritual para a vida, foram (e são) duas constantes na minha vida.

Agora que o caminho começa a parecer mais nítido, decidi partilhar o meu percurso com quem também sente esse desejo profundo de saber mais. É esse o objectivo deste blog: partilhar com todas as minhas almas gémeas (porque eu acredito que somos todos almas gémeas) a (ainda) curta experiência da minha busca espiritual. O meu desejo é que vos traga alguma luz.

É verdade que o caminho só cada um, sozinho, o pode percorrer. Mas a presença nas nossas vidas da luz dos que nos acompanham, ajuda-nos a persistir, a acreditar, ... a caminhar.

É também uma forma de agradecer ao universo pelas pessoas que de alguma forma iluminaram a minha vida, que me ajudaram quando dei por mim perdida e sem forças para continuar. Elas mostraram-me que há um caminho e que vale a pena percorrê-lo... que vale a pena lutar por mim e pela minha vida.

Questionem a vida de coração aberto e acreditem que as respostas vos serão dadas. Porque são mesmo!