Há já muito tempo que não pintava ou escrevia. Ultimamente, tenho concedido algum tempo a mim própria para me dedicar a essas actividades e hoje ao jantar lembrei-me que esta não é a 1ª que pinto ou que escrevo. E interroguei-me sobre a razão de ter passado tanto tempo sem o fazer, uma vez que é óbvio o prazer que me dão.
O meu 1º pensamento foi para as pessoas e empregos que passaram pela minha vida e que me exigiam tempo e dedicação. Mas depois olhei com um olhar mais crítico e com o coração aberto e vi que eu é que não me concedi esse tempo, eu é que exigi de mim própria fazer tudo perfeito até à exaustão, eu é que me exigi dar atenção desmesurada aos outros e nenhuma a mim mesma.
A verdade é que continuo a fazer praticamente as mesmas coisas, mas já não exijo de mim perfeição. Se não conseguir passar toda a roupa a ferro hoje, passo-a amanhã. Se não conseguir cozinhar hoje, amanhã almoço fora ou cozinho qualquer coisa rápida (não me vai saber tão bem, mas tive hoje um tempo para mim). A verdade é que há sempre outras opções, basta olhar e não exigir sermos perfeitas.
Por isso, se tu que lês estas linhas sentes que não tens tempo para fazer aquilo de que gostas, se sentes que a tua vida é uma sucessão interminável de dias cansativos, se os anos parecem passar num piscar de olhos... pára e pensa se tudo o que fazes é realmente necessário e se é necessário que fique feito hoje e se tem mesmo que ficar assim tão perfeito. Concede tempo a quem tens de mais importante: tu.
E não te enganes, trabalhar ou cuidar dos outros até à exaustão não deixa a família nem os superiores mais satisfeitos. Qualquer um deles prefere que lhes dediques menos tempo mas que o faças com todo o teu ser, com toda a paixão e amor que tens dentro de ti. Porque quando fazemos com a alma, quando estamos ali a 100%, deixamos sair aquilo que de melhor há em nós e fazemos também sair aquilo que de melhor há nos outros. Pensa nisso.
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