A magnólia novamente. Vejo-a todos os dias e todos os dias fico fascinada pela sua beleza, como se a admirasse pela 1ª vez. Tem agora mais flores, apesar do vento e da chuva terem deitado ao chão muitas das suas pétalas.
Vi os seus braços abertos à vida. Vi os pássaros saltitar nos seus ramos: melros, pardais e outros que não conheço. A magnólia é a sua casa: brincam, brigam, cantam, namoram, têm filhos. A magnólia não interfere nas suas vidas, nem faz distinção sobre quem a pode usar. Não diz: "Melros, aqui não!" ou "Estou farta do Inverno. Este nao não vou deixar cair as minhas folhas!".
Ela aceita simplesmente a vida como lhe é dada. Ela vive a vida na sua plenitude: o bom e o mau, a dor e a alegria.
Li uma vez que a vida é uma viagem. Podemos relaxar e apreciar a paisagem ou podemos passar o tempo todo a discutir com o condutor sobre a forma como ele conduz. E quando damos por nós, a viagem terminou.
A magnólia aceita a vida de braços abertos: o vento que deita ao chão as suas pétalas, a chuva que a alimenta, o sol que a aquece. Aceita perder as folhas perante o rigor do Inverno e florir ainda antes da Primavera.
Vi ao longe, para lá da magnólia, um bando de cegonhas. Voavam até um determinado local e aí deixavam-se ir ao sabor do vento. Vi-as planar, rodopiar como folhas de papel. Acabaram por se lhes juntar outras aves a planar em círculos a diferentes altitudes. Formaram um suave tornado. Foi uma visão fantástica, senti-me profundamente abençoada.
Senti que o tempo tinha parado, que a vida é uma imensidão de coisas belas e que só temos que aprender a aceitá-las para desfrutar delas. Lembrei-me então duma das minhas frases favoritas:
"...Tudo é amor. Com o amor vem a compreensão. Com a compreensão vem a paciência. E então o tempo pára. E tudo é agora."
em "Só o amor é real", do Dr Brian Weiss
poucochinho
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Em Terras de saberes e sentires,
prazeres e menires, levantei o pano de cetim.
Além estórias, mares e glórias,...
sem eira nem beira, sem trono ou bande...
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