Hoje apercebi-me de quão mal trato o meu corpo. Da chatice que é ter que lavá-lo, penteá-lo, hidratá-lo. Apesar de ter um estilo de vida saudável a verdade é que encarava as tarefas básicas, diárias como um fardo, algo a despachar. Chego a aperceber-me que muitas das vezes era violenta comigo mesma: escovar os dentes até a gengiva deixar quase todo o dente desprotegido, pentear o cabelo rapidamente sem notar que muitas vezes até doía, esfregar a pele até arder...
Mas é este corpo que me permite viver, na verdadeira e completa acepção do termo. Viver. Sentir o frio da manhã, o calor do sol, a brisa do mar, o perfume das flores e as suas mil cores. É este corpo que me permite beijar quem amo, carregar os meus filhos, dar-lhes vida. Sentir a suavidade das pétalas da magnólia, sentir o doce e ácido sabor dos morangos, olhar nos olhos da minha alma gémea e sentir o coração bater, as pernas tremer... sentir o mundo, sentir a vida.
Apercebi-me de como é fantástico respirar, sentir o ar, as lágrimas quentes a correr pelas faces. Só hoje senti realmente o que é respirar e há tantos anos que o faço...
Perdoa-me pelas horas de trabalho a mais, pelas noites mal dormidas, pelas vezes que não comi. Estiveste sempre aqui, disponível para mim, fizeste sempre o que te pedi...
Amo-te e a partir de hoje vou cuidar bem de ti.
poucochinho
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Em Terras de saberes e sentires,
prazeres e menires, levantei o pano de cetim.
Além estórias, mares e glórias,...
sem eira nem beira, sem trono ou bande...
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