Sunday, May 31, 2009

Criar, curar, nutrir

Como sempre, o universo respondeu às minhas perguntas.
No retiro com a LuzClara, conheci a Agniha, uma irmã que não faz magia, ela é magia :) A Agniha disse-me exactamente estas palavras: "Tu és paz". E lá estava a resposta à minha questão.

Neste mergulho às profundezas de mim mesma, encontrei também aquilo que quero ser: quero ser uma curadora. Quero curar-me a mim e aos outros. Quero criar, curar, nutrir. Nutrir para que cada um encontre um lugar seguro para se curar e assim possa criar a sua própria vida.

E apesar do cansaço deste turbilhão de emoções e de mudanças, o meu rosto ilumina-se com um enorme sorriso e sinto o coração transbordar de paz e alegria, ao escrever estas linhas. Acho que encontrei mesmo aquilo que quero ser na vida :)

Não sei se consigo viver disto, mas a verdade é que não importa: mesmo que tenha fome, frio ou cansaço, sentir-me-ei profundamente plena e realizada se puder ajudar alguém. Sinto-o no coração e também já o experimentei nas sessões de reiki: depois de 2 ou 3h de pé, sentia-me cansada, com fome e com frio mas estava em paz, com a certeza que era ali o meu lugar.

E este poema Taoista expressa bem aquilo que sinto:

Quando o sapato serve - Chuang Tse (xix,12)

(...)

Quando o sapato nos serve,
não nos lembramos que temos pé.
Quando o cinto nos serve,
não nos lembramos que temos barriga.
Quando o coração está certo,
nunca estamos "a favor" ou "contra".

(...)

O que é fácil, está certo.
Quando se começa de um modo certo,
tudo se torna fácil
e, enquanto for fácil, tudo estará certo.
Quando seguimos no caminho certo, em que tudo é simples,
não nos apercebemos sequer que há um caminho
e muito menos que ele está a ser fácil.

Wednesday, May 27, 2009

A luz da alvorada

Hoje, sinto-me na alvorada duma nova fase da minha vida. Sinto-me mais calma e confiante.

Nisto tudo, compreendi a diferença entre emoções e amor. O Amor é suave e calmo, fala baixinho ao coração. Na agitação do dia-a-dia e no barulho das nossas mentes frenéticas é muito mais fácil ouvir o ruído das emoções.

Compreendi também as relações de co-dependência: quando não se conhece nada mais para lá das emoções, continuamos numa relação que nos faz mal apenas porque ali sentimos algo, sentimos algo pulsar em nós. É a única forma de atenção/afecto que conhecemos, apesar de nos matar (literalmente) aos poucos, ficamos.

Não compreendia uma relação de amor verdadeiro, porque é muito calma. Algo parecia sempre estar errado, porque não conseguia ouvir a minha voz interior, a voz do amor. Faltava o ruído das emoções que me fazia sentir viva.

Vejo, agora, que tomei muitas decisões baseadas nas emoções. Não me arrependo delas porque sei que esta viagem era necessária para chegar aqui, onde estou, agora. Não há outra forma de aprender a não ser por experiência própria, sentindo. Morrendo e renascendo das próprias cinzas...

Tuesday, May 26, 2009

Mergulhar em mim mesma

Encontrar a minha força permitiu-me obter a liberdade que tanto sonhava. Mas agora que sei que posso ser tudo o que desejar e que nada me prende, vem a grande questão: o que quero eu? E a resposta é um frustrante: não sei.

Quem sou eu? O que quero eu da vida? Quem nasci para ser? Estas são as perguntas que tenho feito a mim mesma e ao universo nestes últimos dias.

Sinto-me mudar, sinto que nada voltará a ser o mesmo, que eu não voltarei a ser a mesma. É um turbilhão de emoções, sentimentos, recordações... Sinto que passou por mim um furacão e que anda tudo pelos ares.

O retiro xamânico do fim-de-semana com a LuzClara e a sessão de leitura da aura de hoje, vieram abanar ainda mais tudo o que já andava aos saltos...

Sentimentos profundos, que me fizeram mudar de vida, desvanecem-se em recordações de outras vidas, enquanto que outros que julguei não voltar a sentir tomam o seu lugar de outrora... Sinto-me perdida nesta montanha russa de emoções: hoje quero, amanhã não quero, depois afinal já quero...

Apetece-me gritar até não ter mais forças e simplesmente deixar de sentir.

O que me anima é o saber que depois da tempestade vem sempre a bonança e que à noite escura sucede sempre o amanhecer luminoso. Resta-me apenas continuar a caminhar, a mergulhar neste oceano de emoções e sentimentos.

Monday, May 18, 2009

Espelhos

Julgava já ter curado as feridas do meu 1º casamento, mas hoje descobri que não era bem assim. Lá no fundo estava ainda muita raiva, mágoa e tristeza.

Decidi sentir e respirar tudo aquilo. Deixei-me sentir até o corpo tremer, para lá da razão onde tudo é negro, sem censuras e sem culpas.

Odiava-o pela humilhação, pelo desprezo, pelo abandono. Mas... estas sensações eram-me estranhamente familiares: eu já infligia essa mesma humilhação, esse mesmo desprezo e abandono a mim mesma há muitos anos. Ele apenas mos mostrou claramente e sem rodeios, de forma a que não os pudesse ignorar.

Então deu-se um click... e percebi que a raiva que sentia não era por ele, mas por mim, que não me tinha amado nem antes nem durante este casamento.

Chorei por entre soluços a mágoa que ainda restava.

Agora, sinto-me muito mais leve :)

É como descascar uma cebola: hoje uma camada, amanhã outra... e assim se faz o caminho de descoberta de nós próprios...

Tuesday, May 12, 2009

We are all one...



Muito bom!

Ela... sou eu.

Ela veste uma longa saia até aos pés, esvoaçante na brisa da madrugada. Uma camisola leve, de mangas largas junto às mãos. Tem cabelos lisos, longos.

Caminha, descalça, na floresta. Pousa cada pé vagarosamente, a sentir o pulsar da mãe Terra. Sente cada bater de asas, ouve cada som da floresta e dos seres que a habitam, respira com respeito e reverência o ar puro e fresco. Conhece cada planta e animal pelo seu nome.

Invade-lhe o coração uma sensação de comunhão e ligação. Cada respiração, cada som, cada cheiro, cada flor, murmura-lhe em silêncio a beleza da vida.

A floresta é a sua casa, as plantas e o animais seus irmãos.

Ela é doce como o néctar das flores, imprevisível e implacável como uma tempestade de Primavera, suave como uma brisa de Verão, delicada como as gotas de orvalho, forte como uma montanha. Ela é... uma feiticeira branca. Ela... sou eu.

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É assim que me vejo recentemente. Procurei na net por "feiticeira branca" e descobri que existem realmente... e eu não acredito em coincidências. Já é a 2ª vez que me cruzo por acaso com este site, e lá está, não há coincidências...

Sunday, May 10, 2009

Escolher

Há já algum tempo que escolho o que como: sou macrobiótica há 10 anos. Há cerca de 2 anos decidi escolher parte do que via e ouvia: deixei de ver televisão, ler jornais ou ouvir as notícias na rádio - são só desastres, calamidades, "o horror e o drama". Perguntei-me se seria possível não existirem heróis, pessoas com coragem e com compaixão que se entre-ajudam. Seria o mundo assim negro e cheio de maldade, não havia mais nada para além disso?

Comecei também a escolher a companhia de pessoas alegres, que vivem a vida duma forma aberta e de acordo com quem são verdadeiramente.

Recentemente apercebi-me que mesmo as músicas têm letras estranhas, dei por mim a cantarolar coisas como "I am not sweet" (eu não sou doce/simpática) ou "I can't live without you" (não posso viver sem ti). Estas letras não me dizem nada, não sou eu!

Descobri que o hinduísmo advoga que devemos escolher o nosso alimento a todos os níveis: o que comemos, o que vemos, o que ouvimos, o que respiramos...

E assim decidi mudar a música que me acompanha durante parte do dia. Deixo-vos um exemplo: Enjoy :) E sim, a vida é magnífica e é fantástico estar viva. Agradeço-te, universo!

Aqui Krishna Das diz algo em que eu acredito: que a espiritualidade não é algo para nos afastar do mundo e dos outros, mas para nos ajudar a aproximar ainda mais e a viver com mais intensidade.

Com todo o meu amor :)

Friday, May 8, 2009

Amo-vos!

I just posted to say I love you :)

O poder das palavras

Decidi eliminar o "tenho que" e o "é preciso fazer" das minhas frases ditas ou pensadas.

Apercebi-me do peso que estas palavras, aparentemente inofensivas, têm na realidade, quando comecei a ter encomendas de pão e dei por mim a pensar que "tinha que" fazer essa tarefa. Automaticamente, passou a ser um peso e deixou de me dar prazer. Agora faço pão apenas porque gosto e porque quero ;) Aliás, agora faço tudo e qualquer coisa apenas porque quero ou gosto ou me apetece.

E tu? O que é que tens que fazer? Será mesmo que tens que o fazer? O que acontecerá se não o fizeres? E será que o fazes por gosto e apenas o dizes como se fosse uma obrigação? Se o fazes por gosto, pensa "eu gosto de fazer isto". Se não o fazes por gosto e é mesmo uma obrigação, pensa bem se vale a pena carregar esse peso, há sempre alternativas, basta escolher.

Como postou a Lita aqui: a vida é feita de escolhas, se não gostas do que tens, escolhe outra vez ;)

Tudo está ligado, tudo é apenas um

Nas aulas de yoga tomei consciência da forma como respiro:
  • pouco, respiro só o mínimo possível porque tenho medo de viver, do que a vida pode trazer, do que posso sentir;
  • faço uma pausa depois de expirar e só inspiro quando é mesmo essencial, mais uma vez por medo, medo de sentir a vida, medo de viver.
Comecei a respirar fundo e com ritmo, sem paragens e compreendi a razão do medo: senti o grito de dor desta criança ferida que carrego dentro de mim, desta criança que acredita que o mundo é escuro e cheio de crueldade, desta criança tão carente de amor que acha que não merece o presente que é viver.

Respirar fez subir a minha tensão alterial e a temperatura geral, levou-me a sentir a minha força, a dizer "não" quando assim o entendia, a tomar as rédeas da minha vida. Fez surgir o dinamismo e a vitalidade que há muito me faltavam. Sentir a vida, sentir tudo e descobrir que afinal tudo passa e na maioria das vezes é tudo uma ilusão: aquilo que ontem nos fez sofrer, hoje parece algo banal.

Ontem tomei consciência de algo que carrego comigo há muitos, muitos anos. Chorei-o e senti-me muito mais leve. Hoje na aula de yoga consegui ir muito para lá do que era normal. É fantástico ver como tudo se liga: o físico, o emocional, o mental, o espiritual.

E voltar a ultrapassar os meus limites nos exercícios físicos, fez-me ir mais além no plano emocional e deixar sair mais coisas cá para fora (aka tomar consciência delas e chorar "baba e ranho" :) ).